QUEM FOI
Hilária Batista de Almeida, nasceu na Bahia, provavelmente, filha de uma africana liberta, migrou para o Rio de Janeiro por volta de 1876, lugar onde iria morrer aos setenta anos.
Tia Ciata, como ficou conhecida, era doceira e cozinheira, trabalhava vendendo seus quitutes no popular Tabuleiro das Baianas, localizado na praça Onze. Criou sua primeira filha, Isabel, sem ajuda do pai e, casou-se depois com João Batista da Silva com quem teve quatorze filhos. Não cuidou apenas de sua família, mas foi uma grande líder de sua comunidade, abrindo sua casa para sua religião e para aqueles que compunham a Pequena África e resistiam ao Brasil no início do século XX. Hilária era também musicista e compositora sendo uma das responsáveis por criar e possibilitar a existência do samba.
CANDOMBLÉ
Hilária foi iniciada no candomblé ainda na Bahia, era Iyá Kekerê (mãe pequena em iorubá), do terreiro de João Alabá. Era conhecida como Assiata de Oxum, excelente no trabalho com as ervas, tornou-se uma curandeira famosa e chegou a curar um ferimento do presidente Venceslau Brás, o que rendeu a transferência de seu marido, funcionário público, para a chefia de gabinete do chefe de polícia.
A CASA EM FRENTE À PRAÇA ONZE, NA RUA VISCONDE DE ITAÚNA
Tia Ciata, assim como outras Tias Baianas, era uma referência para a comunidade da Pequena África. Além de sua importante posição religiosa, ela era responsável por movimentar culturalmente sua comunidade. A sua casa ficou conhecida como um dos berços do samba, uma vez que abria suas portas para recepcionar os seus com boa comida e música.
As histórias (algumas delas lendas, talvez) dessas festas nos levam ao encontro de grandes músicos que a partir dos ritmos da época, criavam, improvisavam e faziam de sua resistência uma nova composição, a qual se tornaria parte da identidade nacional. Foi pelo afeto e força de Tia Ciata e de outras Tias Baianas em preservar, acolher, cuidar e assistir sua comunidade que a cultura brasileira recebeu esse ritmo que está além da estética musical, pois se faz por meio dessa construção social.
O CARNAVAL
Aos quarenta anos, Tia Ciata ficou responsável pelos documentos da licença legal do rancho de Hilário Jovino e Miguel Pequeno, o Rosa Branca.
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